Urbanismo propositivo é defendido durante o XV ENanpur, no Recife
23 de maio de 2013 |
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Ao participar da mesa-redonda “Planejamento Urbano: novas tendências e consequências”, realizada nesta quarta-feira (22), durante o XV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ENanpur), no Recife, o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma, fez uma veemente defesa da necessidade de o urbanismo brasileiro ser mais propositivo e oferecer alternativas ao pensamento e planejamento “que não mais são compatíveis com as demandas da sociedade”. Para Montezuma, que compôs a mesa representando o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, “o que estão em crise não são as cidades, mas a forma de se pensar as cidades”.
Ao compartilhar com a plateia o conteúdo da Carta de Boa Vista – “Por um projeto de cidade do século XXI” (documento elaborado em abril pelos presidentes de todos os CAUs e dirigido aos prefeitos das cidades brasileiras), Roberto enfatizou que é precisar que os gestores deem corpo aos projetos e ideias, elencando como fundamentais os conceitos de cidade democrática, integrada, projetada, inclusiva, cidadã, acessível e universal, significante, metropolitana e necessária.
O presidente do CAU/PE partilhou a mesa-redonda com o consultor em gestão e arquiteto Francisco Cunha e a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Ermínia Maricato. Atribuindo sua expertise no assunto à sua experiência acumulada como arquiteto, consultor e andarilho da cidade do Recife, Francisco cunha defendeu a reconstrução e redesenho de um projeto urbano pautado nas necessidades do pedestre, uma vez que “a calçada é o primeiro degrau da cidadania”. Para Ermínia, que fez uma abordagem mais política da questão urbana e condenou a falta de continuidade das ações institucionais nesta área, “não existe operação urbana sem dinheiro público”.