Conselho apoia Parque Capibaribe e defende ações de longo prazo
28 de abril de 2014 |
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Com uma atuação pautada pela defesa da cidade, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) vem batendo na tecla da necessidade de um planejamento urbano que integre macro e micro, centro e periferias, lotes e território, pessoas e cidade. Integração é justamente a palavra de ordem da equipe que trabalha no projeto do Parque Capibaribe, novo corredor para pedestres e ciclistas às margens do rio. Fruto de parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco e a Prefeitura do Recife, o plano foi apresentado nesta segunda-feira (28) e recebeu elogios pelo Conselho, que prometeu defender a iniciativa no longo prazo.
“A constatação mais importante do trabalho que desenvolvemos ao longo dos últimos meses é a de que o rio está vivo”, afirmou a arquiteta e urbanista Circe Monteiro, uma das coordenadoras do projeto, que envolve 42 pesquisadores divididos em 12 áreas distintas. Na ocasião, os também coordenadores Roberto Montezuma e Luiz Vieira apresentaram, respectivamente, o plano de estruturação espacial e a estratégia de implantação. Além deles, o prefeito Geraldo Júlio e a secretária de Meio Ambiente, Cida Pedrosa, também falaram ao público que lotou o auditório do Banco Central, no bairro de Santo Amaro.
Presente à apresentação, a conselheira do CAU/PE Amélia Reynaldo, elogiou o conceito adotado pelo grupo. “Trata-se do conceito do urbanismo emergente, que parte do pensamento de que mesmo pequenas transformações podem ser densas desde que se pense o todo, com ações articuladas e sistêmicas”, explica. Ainda segundo a conselheira, seu diferencial dessa abordagem é pensar não a linha do rio, mas os bairros ao redor dele, transformando-os em bairros parques. Ao todo, o parque abrange 30 km e envolverá 35 bairros, influenciando diretamente a vida de 400 mil pessoas.
A conselheira lembra, entretanto, que esse não pode ser um projeto de governo, pois é um projeto de futuro. “Caberá ao CAU/PE cobrar incessantemente os degraus para que esta cidade seja transformada. Algo que é, na nossa visão, possível”, conclui. O planejamento feito pelos pesquisadores prevê que ainda em 2014 seja conquistado um rio-parque; em 2020 o projeto já possua um parque central; e, por fim, em 2037, o Recife possa ser reconhecido como cidade parque.
MAIS SOBRE O PARQUE – Com o objetivo de resgatar a paisagem de um dos principais cartões postais da cidade e estreitar os laços dos cidadãos com o rio, o corredor será composto por passeios, ciclovias, passarelas, pontes de pedestre, áreas verdes e de lazer. Para a execução do projeto, forma definidos quatro polos norteadores: Porta do Rio (bairro da Várzea), Porta da Mata (articulação do Rio com a Mata Atlântica, em Apipucos), Porta do Mangue (estuário do rio) e Porta do Mar (encontro com o Oceano Atlântico). Entre as metas do projeto está o aumento da área verde pública por habitante de 1,2 para 20 metros quadrados. Além disso, espera-se construir 65 ruas parque, 30 alamedas e 45 vias cicláveis. Para conferir a apresentação detalhada do projeto, CLIQUE AQUI.