Pedro Tuma fala sobre responsabilidade e papel do arquiteto
2 de setembro de 2016 |
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Durante o Seminário Perspectivas da Prática Profissional: Caminhos da Arquitetura e Urbanismo na Construção da Cidadania, o arquiteto paulista Pedro Tuma chamou atenção para o papel do profissional na solução de problemas dos clientes e das cidades. O encontro, realizado pelo CAU/PE, aconteceu na última quinta-feira (1º) e contou com a participação de profissionais e estudantes.
Representando o escritório Terra e Tuma, vencedor de prêmios como o de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel 2016, o Building of the Year 2016 do site ArchDaily e o Morar Carioca 2010, ele defendeu o acompanhamento do arquiteto em todas as fases da obra. “Quem tem o domínio de todo o processo é o arquiteto. Nossa responsabilidade vai além do projeto”, afirmou, enquanto apresentava cases como a Casa Maracanã, um projeto desenvolvido para favelas no Rio de Janeiro e o mais famoso projeto do escritório, a casa de Dona Dalva, na Zona Leste de São Paulo.
Para Tuma, a arquitetura brasileira em geral tem referências muito distantes, como Estados Unidos e Europa, e muitas vezes não atenta para as próprias especificidades e necessidades. “O Brasil deveria ser mestre em construir com escassez e precariedade”, defende, citando referências na arquitetura latino-americana, como o paraguaio Solano Benitez. “A Casa de Dona Dalva é vista como exceção, quando na verdade é a regra. O Brasil é isso”, concluiu Tuma.
DEBATE
A palestra de Tuma foi seguida por debate do qual participaram os profissionais Chico Rocha (O Norte), Tota Maia (MLN) e Ênio Laprovitera (UFPE). Chico destacou a participação de clientes e da sociedade como chave de transformação e Tota Maia pontuou o desafio de mostrar para sociedade de que forma ela participa da construção da cidade. Para o professor doutor Ênio Laprovítera, o momento é de mudança no modelo da profissão. “Universidades e instituições são atores de intervenções na cidade”, defendeu.
A inciativa do CAU/PE em reunir profissionais em torno do tema foi elogiada por debatedores e pela plateia, que também participou da discussão fazendo perguntas ao final do evento. “Este evento reforça a ideia de que é preciso pensar de forma agregadora para atuar na resolução de problemas e para mostrar que a arquitetura é, sim, para todos”, concluiu o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma.