CAU/PE lamenta falecimento de Zezito Goiana
28 de agosto de 2014 |
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A arquitetura pernambucana perdeu um dos seus maiores nomes, na última terça-feira (26), com o falecimento do arquiteto e professor José Goiana Leal, conhecido como Zezito Goiana. Em nota pública, o Conselho de Arquitetura e urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) lamentou a morte do profissional, responsável pela formação de gerações de arquitetos no Estado.
Formado pela UFPE em 1969, Zezito Goiana, foi um dos herdeiros de uma tradição de fazer arquitetura que adaptou princípios da arquitetura moderna às condições climáticas a construtivas da região. Após sua graduação, trabalhou por três anos com Sérgio Bernardes, no Rio de Janeiro; e por dois anos, na França. De volta ao Recife em 1975, estabeleceu seu escritório, que teve destaque pela atuação no ramo da hotelaria. Logo após, ingressou como professor no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, onde ficou ativo até 2010, contribuindo para a formação de gerações de arquitetos.
Sem abandonar a rica herança moderna local, Goiana procurou uma renovação formal e compositiva da arquitetura pernambucana, instigado pelas novas possibilidades formais diante da valorização da história, da memória e do contexto. Estas preocupações estão refletidas em projetos como as galerias voltadas para a rua como Derby Center e Parnamirim Center e dos grandes hotéis em Boa Viagem, como o Mar Hotel (1985-88) e o Atlante Plaza (1989-1990).
No mesmo espírito, seus hotéis praianos, como o Amoaras, em Maria Farinha, o Orange, em Itamaracá,e o Summerville, em Porto de Galinhas, buscaram uma valorização de elementos locais tanto por meio da ampla utilização da madeira e de materiais tradicionais, como pelos amplos terraços e espaços de convívio, e o aproveitamento das vistas. José Goiana deixa um exemplo de dedicação à profissão.