Arquitetura pernambucana começa 2015 sem Heitor Maia Neto
7 de janeiro de 2015 |
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O ano de 2014 foi de grandes perdas para a arquitetura nacional. Em maio, faleceu o baiano João Figueira, o Lelé, reconhecido por unir arte e tecnologia. Já em setembro, o Brasil perdia o arquiteto e designer carioca Sérgio Rodrigues, famoso internacionalmente por móveis como a poltrona “Mole”. Na última semana do ano, faleceu, aos 87 anos, o pernambucano Heitor Maia Neto, conhecido por propor, na década de 1950, uma arquitetura moderna adaptada aos trópicos.
Juntamente com Everaldo Gadelha e Maurício do Passo Castro, Heitor Maia fez parte da turma concluinte do curso de arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco de 1952, a primeira formada com uma nítida orientação modernista. Ele foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e responsável por inúmeros projetos arquitetônicos do Grupo Bompreço durante décadas, além de ter participado da elaboração do projeto do campus da Universidade Católica de Pernambuco.
Para o conselheiro federal do CAU/BR por Pernambuco, Fernando Diniz, o trabalho de Maia Neto nos supermercados revela a riqueza da expressão plástica do concreto. Além disso, a integração de elementos tradicionais que caracteriza a arquitetura brasileira é marcante na obra do pernambucano. “Ainda jovem, Heitor Maia desenvolveu um projeto experimental que é uma obra-prima: a Casa de Araçá, em Aldeia. Lá se encontra a integração, o uso de azulejo bem marcante na arquitetura moderna e a incorporação das artes de uma forma exemplar”, pontua Diniz.