Acidentes evidenciam importância de profissional especializado em obras
18 de agosto de 2017 |
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No último mês, Pernambuco registrou acidentes graves e até fatais envolvendo imóveis. Desabamentos, incêndios, entre outros sinistros evidenciam uma causa comum, sobretudo, no Nordeste: a realização de obras sem auxílio de profissional especializado. O assunto foi tratado em mesa-redonda realizada na sede do CAU/PE, na última quinta-feira (17), quando arquitetos e urbanistas debateram com engenheiros pontos como assistência técnica, políticas urbanas e conservação do patrimônio.
Para o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma, o recente caso de incêndio na Rua da Glória, 366 – que deixou vítimas fatais e chamou atenção no último mês – é apenas a ponta do iceberg. “É preciso investir numa mudança de cultura para aproximar nossa profissão da sociedade e integrar órgãos e entidades”, defendeu, lembrando que um edifício deve ser entendido como organismo vivo. “Essas estruturas precisam de acompanhamento e manutenção periódicos para que não entrem em colapso”, alertou.
Na ocasião, Montezuma lembrou ainda números de pesquisa realizada CAU/BR e pela DataFolha, em 2015: 54% da população economicamente ativa já fez reformas ou construções, entretanto, desse menos de 15% desse grupo utilizou os serviços de um arquiteto ou engenheiro na obra. No Nordeste, o número cai para 7%. “Além de garantir a segurança e evitar acidentes, contar com um profissional especializado pode representar economia no valor global das obras, pois evita desperdício e retrabalho”, alertou Montezuma.
Ainda durante o encontro, o presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc), Stenio Cuentro, defendeu uma articulação propositiva das entidades de arquitetura e urbanismo e de engenharia. “Queremos fazer parte da solução. Não aceitamos o alarmante número de vítimas por lajes mal feitas ou projetos mal executados”, declarou. Nesse sentido, as instituições presentes definiram a elaboração de uma carta-aberta alertando para a função social dos profissionais das referidas áreas e para a urgência da retomada do planejamento urbano de longo prazo.