Abertura do Seminário REDEUS_LAC reforça o poder das redes urbanas
23 de agosto de 2017 |
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O fortalecimento estratégico das redes sobre desenvolvimento urbano na América Latina e no Caribe para transformar as cidades deu o tom da abertura do Seminário REDEUS_LAC, nesta quarta-feira (23), no Centro Cultural dos Correios, no Recife. O evento, que reúne pesquisadores, profissionais e estudantes ligados à temática urbana, é promovido pelo CAU/PE em parceria com a UFPE e a Rede de Centro de Estudos em Desenvolvimento Urbano Sustentável na América Latina e Caribe e vai até a quinta-feira (24).
“A palavra de ordem é transversalizar o conhecimento e a ação”, defendeu o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma, lembrando que a academia precisa se colocar com agente de transformação e destacou o papel das redes nacional, estaduais e municipais já em formação no Brasil. Na ocasião, estiveram presentes o conselheiro federal do CAU/BR por Pernambuco, Fernando Diniz; o presidente do Instituto Pelópidas Silveira, João Domingos; o coordenador do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, Ronald Vasconcelos, entre outros.
Após a fala institucional, o painel de abertura abordou o tema “Construção de Redes de Cooperação Técnica e Científica sobre a Nova Agenda Urbana”. A coordenadora CEDEUS/UCC (Chile), Margarita Greene, defendeu que a semelhança dos desafios urbanos e a construção de uma agenda própria são alguns dos motivos para a criação de uma rede latinoamericana de estudos. “A principal pergunta é: o que temos que estudar para estarmos preparados para esses desafios?”, provocou, lembrando que interdisciplinaridade e pensamento criativo são alguns dos caminhos.
Na segunda metade do dia, a programação ficou por conta dos painéis “Coesão social e equidade – direito à cidade, lugares de interesse socioculturais urbanos” e “Marcos urbanos – políticas urbanas, governabilidade e desenvolvimento institucional, finanças e sistema fiscal”. Entre os painelistas da tarde, o professor Luiz de la Mora defendeu a importância de uma revolução pedagógica na transformação social. “Temos que nos livrar da arrogância acadêmica e mudar a maneira de formar novas gerações”, declarou. Ainda no primeiro dia, um momento de confraternização e de divulgação de publicações reuniu os participantes na sede do INCITI/UFPE, no Recife.
DESTAQUES
“As políticas públicas devem considerar a naturalização da pobreza. Em minhas pesquisas noto que as pessoas não têm visão das possibilidades fora do circulo da pobreza. Então é no micro que devemos atuar, caso contrário, não percebemos como o macro afeta as pessoas.”
– Helenilda Cavalcanti (Fundaj, Brasil)
“Como reflexo da naturalização da pobreza, a participação social muitas vezes se resume a demandar coisas muito básicas do poder público e dependem da discussão de grandes projetos.”
– Leonardo Cisneiros (Movimento Direitos Urbanos, Brasil)
“Não somos salvadores da pátria, mas colaboradores dos sujeitos para que exercitem o direito à cidade. Nosso diálogo é empoderar.”
-Luís de la Mora (CIAPA/Pós-graduação em Direitos Urbanos, Brasil)
“É necessário fazer um esforço interpretativo do poder, da cidade e dos regimes urbanos para compreender quais linhas de força convergem para os projetos urbanos e as políticas urbanas que temos hoje nas grandes cidades.”
– Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva (Observatório das Metrópoles e UFRN, Brasil)
“Cidades colombianas como Antiquoia, Vale de Aburra e Medellín fizeram uma grande aposta de planejamento e ordenamento consensuado entre os municípios, um Plano Integral de Desenvolvimento Metropolitano.”
– Andrés Hernandez (CIDER/Universidad de los Andes, Colômbia)