1º Encontro Regional do CAU/PE: diálogo e desafios no Agreste
15 de maio de 2014 |
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“Acreditamos que um novo modelo de cidade é possível e contamos com vocês para lutarmos por ele.” A frase foi dita pelo presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, Roberto Montezuma, durante o 1º Encontro Regional–Agreste da entidade, realizado na noite da última quarta-feira (14), no auditório da Favip, na cidade de Caruaru. Com cerca de 30 profissionais presentes, o evento foi uma oportunidade de troca de informação entre a entidade e os profissionais da região. A próxima cidade a receber a comitiva será Petrolina, no mês de junho.
Dando início ao encontro, o presidente falou sobre o contexto de criação do CAU/PE e sobre o que a instituição tem feito durante os dois anos de atividades. Além disso, Montezuma revelou aos arquitetos e urbanistas que a instituição pretende entregar aos candidatos a governador um documento que contemple medidas a serem adotadas em todo o Estado sobre controle urbano, planejamento de longo prazo, mobilidade urbana e recuperação das cidade. “Não precisamos simplesmente de prefeitos e governadores. Precisamos de estadistas”, defendeu.
Natural de Caruaru, o conselheiro Roberto Freitas aproveitou a oportunidade para lembrar que a cidade tem relevantes particularidades de naturezas econômicas, sociais e geográficas. “Quase 2 milhões de pessoas convergem para cá e isso tem que ser considerado no momento de planejar a cidade. Precisamos enxergá-la no futuro, precisamos percebê-la como a metrópole que ela pode ser”, afirmou ele, que fez a apresentação da estrutura do CAU/PE.
Ao conselheiro federal por Pernambuco, Fernando Diniz, coube o papel de compartilhar com os presentes o que anda sendo discutido e decidido em Brasília. Os planos para realização de exame da ordem, a aprovação do Código de Ética e programa de residência estiveram na pauta, bem como as parcerias que o CAU/BR tem feito com outro países e instituições.
Após a apresentação por parte dos conselheiros, os arquitetos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e fazer sugestões no que diz respeito a temas como assessoria jurídica, direito autoral, fiscalização e financiamento de projetos. A equipe administrativa teve a oportunidade de esclarecer sobre algumas questões e se colocar à disposição para realizar consultas por telefone ou e-mail.
PODER MUNICIPAL – A visita aconteceu em momento oportuno: além de se preparar para a revisão do plano diretor, a cidade realizou, também na quarta-feira, a primeira reunião do Conselho das Cidades (Concidade). Convidado e recebido pelo diretor da Empresa de Urbanização e Planejamento Urbano de Caruaru (URB), Aldo Arruda, o presidente Roberto Montezuma proferiu breve discurso durante a reunião, em que defendendo a necessidade de um plano urbanístico para o município. “O plano diretor é importante como instrumento legal, mas m plano urbanístico é fundamental para que possamos visualizar a cidade que queremos”, pontuou.
CÂMARA DE ARQUITETOS – Presente ao encontro, a Associação Comercial e Industrial de Caruaru (Acic) anunciou a criação de uma Câmara Setorial dos Arquitetos no município. Foi iniciado o diálogo sobre a implantação do grupo, que deverá se constituir como interlocutor dos profissionais com os órgãos públicos e a sociedade. A iniciativa foi elogiada não apenas pelo Conselho, mas também pelos arquitetos presentes.
Confira abaixo, depoimentos de alguns profissionais presentes sobre o exercício da profissão na região:
Fugir da capital não significa, necessariamente ganhar qualidade de vida, muitas vezes é só adiar o problema. Por isso precisamos pensar em como o interior pode inventar essa nova cidade. Estamos em processo de formação, o que pode facilitar a mudança de rumo. – Pedro Vilarim
O interior se ressente muito da falta de tradição de contratar arquitetos e urbanistas. Mas essa realidade está começando a mudar com a chegada das primeiras turmas de profissionais formados em Caruaru no mercado de trabalho. – Bernardo Lopes
Enquanto o Recife está se consertando, Caruaru está se construindo e está fazendo isso da forma errada, que é se espelhando em casos que não deram certo. É preciso agir de forma incisiva junto aos gestores públicos. Temos que ser mais atuantes. – Pablo Patriota
Precisamos resgatar o arquiteto como agente social, econômico e cultural. Valorizar a formação do profissional como articulador social que equaciona essas variáveis. – Wolney Leite