Paulo Mendes da Rocha e a ressignificação de espaços no Recife
1 de fevereiro de 2017 |
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O arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha recebeu no dia 1º de fevereiro, em Londres, a Medalha de Ouro Real do Royal Institute of British Architects (RIBA), premiação concedida desde 1848 a pessoa ou grupo de pessoas que tiveram uma influência significativa no avanço da arquitetura mundial. Com obras espalhadas por todo o Brasil e em países como Portugal e Japão, o profissional considerado uma “lenda viva” na área também assina projetos no Recife, entre eles a Capela de Nossa Senhora da Conceição, em parceria com Eduardo Colonelli.
O ponto de partida foram as ruínas de um casarão do século XIX localizada no bairro da Várzea, na propriedade onde o artista plástico Francisco Brennand instalou sua oficina e que conta também com jardim projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx. Para dar novo uso ao espaço, Mendes da Rocha – também autor do projeto do estacionamento do Paço Alfândega na capital pernambucana – e Colonelli projetaram a capela, intervindo minimamente na estrutura original. Da construção antiga, que já tinha servido como escola e até cinema, restavam apenas as paredes de alvenaria mista envoltas por trechos do conjunto de arcos, mais recentes, construídos com alvenaria de tijolos cerâmicos furados.
Além da restauração e estabilização das alvenarias, a intervenção realizada entre os anos de 2004 e 2006 incluiu uma laje dupla de concreto protendido sustentada por dois pilares e a utilização de divisórias de vidro que delimitam a área interna. Responsável pela restauração das alvenarias, o arquiteto e urbanista pernambucano Jorge Passos destaca a habilidade de Mendes da Rocha em projetos de capelas e templos. “Apesar de se dizer agnóstico, Paulo Mendes da Rocha tem uma capacidade extraordinária de interpretação dos espaços místicos”, avalia.
Passos, que é suplente de conselheiro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), conta ainda que a restauração envolveu estudos arqueológicos, de danos e patologias, além do projeto de restauro e de estabilização. “Para que as obras internas começassem, empacotamos muros periféricos. Depois, desempacotamos e fizemos os acabamentos finais”, revela, destacando ainda as habilidades do colega premiado. “Ele tem um profundo conhecimento dos materiais e uma atenção enorme aos detalhes – que são simples, mas geniais. Discutir esse tipo de coisa com ele foi uma experiência muito marcante.”
Confira abaixo imagens do processo em registros cedidos pelo arquiteto e urbanista Jorge Passos:
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