Reconhecimento mundial de Pernambuco
8 de março de 2019 |
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Autora do mais importante manual de habitação coletiva já publicado, a arquiteta e urbanista Mônica Raposo Andrade, não dá chance ao preconceito. Ingressou na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), numa época quem que a presença masculina era dominante. Mas ultrapassou todas as dificuldades com serenidade e conhecimento.
“O mérito supera qualquer preconceito”, afirma Mônica, que passou quase quatro décadas como professora do curso de Arquitetura e o Urbanismo da UFPE. Atualmente encara novos desafios, no escritório familiar que divide com o marido e o filho, Moisés Andrade e Paulo Raposo, respectivamente.
Sua paixão profissional começou antes mesma da universidade, por influência paterna. Logo viu que o amor com a arquitetura seria para sempre e abraçou de vez. Esteve na Inglaterra, logo após sua graduação, onde começou a enxergar o desenho da cidade e a se interessar pelo urbanismo.
No retorno, foi trabalhar na Secretaria de Habitação de Pernambuco, nos idos de 1980, onde surgiu a oportunidade de escrever o Manual de Habitação Popular, no qual descreveu a Teoria dos Acoplamentos para este segmento arquitetônico, projetando moradias sob a lógica do “Casa – Mento”, ou seja, unindo princípios das Casas e dos Apartamentos.
O desafio desse conceito, explica a professora, era manter a privacidade das casas, do terreno individualizado e a alta densidade de ocupação urbana propiciada pelos apartamentos. O manual ganhou o mundo e até hoje é considerado referência na área.
Esse encantamento pelo urbanismo fincou raízes tão firmes que, anos depois, a arquiteta voltou a Inglaterra, para seu doutorado, em Cambridge, abordando a geometria das vias de acesso urbano.
Para ela, as mulheres são sempre geniais, em qualquer área que desejem se dedicar, “estudando mais, se comprometendo mais, enfim, buscando alternativas para superar as dificuldades, daí o sucesso”, completa.