Preservação demanda compreensão histórica e diversificação de usos
21 de agosto de 2018 |
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“Toda cidade tem uma história para contar, mas a ideia de preservação não é essencialmente consensual.” A frase dita pelo conselheiro federal pelo Rio de Janeiro, Carlos Fernando Souza Leão, no início da sua apresentação na noite da terça-feira (21) deu pistas de que a estreia do Ciclo de Palestras CAU/PE, mais do que respostas prontas, traria muitas inquietações, inspirações e pontos de vista.
Realizado no auditório do Porto Digital, o evento reuniu profissionais e estudantes em torno do tema “Usos contemporâneos em bens tombados”. Ex-superintendente do Iphan, Carlos Fernando traçou um panorama das principais questões com as quais se deparam os arquitetos e urbanistas envolvidos em projetos voltados ao patrimônio histórico. O conselheiro federal chamou atenção para a importância de se questionar o qual é a história que se quer contar por meio da preservação e defendeu a diversificação coerente de usos.
Além de conceitos e provocações, ele apresentou projetos de seu escritórios voltados ao patrimônio no Brasil e também trouxe exemplos registrados em países como Espanha, França e Croácia. “Em Portugal, por exemplo, a ruína vira hotel, onde o velho é velho e o novo é novo, mas ambos convivem”, destacou.
Na ocasião, o conselheiro federal por Pernambuco, Roberto Salomão destacou que o ciclo de palestras visa suscitar reflexões sobre temas relevantes ao exercício da arquitetura e do urbanismo. “O tema do patrimônio está na agenda mundial. A União Europeia consagrou 2018 como o ano do patrimônio europeu, com programações durante todo o ano sobre o assunto”, pontuou.