Incêndio nos Coelhos revela falta de planejamento urbano transformador e inclusivo
8 de agosto de 2013 |
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“Uma cidade em colapso está sujeita a quaisquer desastres dessa natureza e essa situação é reflexo do abandono da prática de planejamento, do controle urbano e principalmente da inversão de prioridades por parte do Poder Público”. Esta foi a análise do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), Roberto Montezuma, ao tomar conhecimento do incêndio que destruiu mais de 200 casebres e desabrigou 101 famílias, nesta segunda-feira (5), no bairro dos Coelhos, área central do Recife.
Ao tomarem conhecimento do ocorrido, durante reunião plenária do CAU/PE, conselheiros da entidade foram unânimes em associar o acidente à falta de um plano para a cidade. “O que vimos ocorrer hoje, nesta ocupação precária, poderia ter sido evitado se no passado o gestor tivesse previsto a expansão da cidade com premissas de um urbanismo social transformador e inclusivo, respeitando à dignidade não só dessa população, mas de toda a coletividade”, atesta o arquiteto Luiz Rangel Moreira.
O presidente da entidade ressalta, ainda, que a determinação de planejar o futuro de uma cidade não anula a necessidade de ações imediatas – (“aliás, exige”) – como a implantação de Política Pública com ênfase na prioridade dos que vivem em situação de vulnerabilidade social; uma análise crítica quanto aos exorbitantes gastos em obras deslocadas das reais necessidades da sociedade, como os equipamentos para a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, e “a erradicação total das habitações precárias”.