Falece, aos 87 anos, o arquiteto modernista pernambucano Heitor Maia
29 de dezembro de 2014 |
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A arquitetura pernambucana perdeu esta semana mais um de seus ilustres representantes. O arquiteto Heitor Maia Neto, conhecido por propor, na década de 1950, uma arquitetura moderna adaptada aos trópicos, faleceu na madrugada desta segunda, aos 87 anos. Seu corpo está sendo velado no Hospital Português e, às 20h, será cremado no Morada da Paz.
Juntamente com Everaldo Gadelha e Maurício do Passo Castro, da turma concluinte do curso de arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco de 1952, a primeira formada com uma nítida orientação modernista. Maia Neto foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e responsável por inúmeros projetos arquitetônicos do Grupo Bompreço durante décadas, além de ter participado da elaboração do projeto do campus da Universidade Católica de Pernambuco.
Para o conselheiro federal Fernando Diniz, o trabalho de Maia Neto nos supermercados revela a riqueza da expressão plástica do concreto. Além disso, a integração de elementos tradicionais que caracteriza a arquitetura brasileira é marcante na obra do pernambucano. “Ainda jovem, Heitor Maia desenvolveu um projeto experimental que é uma obra-prima: a Casa de Araçá, em Aldeia. Lá encontra-se a integração, o uso de azulejo bem marcante na arquitetura moderna e a incorporação das artes de uma forma exemplar”, pontua Diniz.
“A contribuição de Heitor Maia Neto para a afirmação de uma linguagem moderna pode ser apreciada através do seu constante interesse em desenvolver expressões arquitetônicas racionais, modernas em essência”, avalia o arquiteto e urbanista professor da UFPE, Luiz Amorim. Na obra de Maia Neto, Amorim destaca ainda a busca por “novas soluções técnicas, resultando em expressões plásticas inovadoras, e pela caracterização e contínua renovação de um edifício para fins comerciais: o supermercado”.